Ontem foi mais um "daqueeeeeeles dias", para entregar a tempo, mais um filhote, ou melhor, mais uma patroa. De repente, assim mesmo, de repente, volta ao ar "A Patroa é um Avião", para atender a demanda de mulheres apaixonadas, desesperadas e ansiosas por mudar o visual que escrevem para a produção diariamente. Vocês não imaginam a força tarefa que foi requerida para em menos de 4 horas (corridas, sem contar os intervalos), gravar e editar um quadro que leva, no mínimo, tres dias para ser feito. Um dos problemas enfrentados foi a distância. O casal selecionado residia longe dos locais de gravação. Resultado, minha própria sala foi o cenário para a cena do "apresenta", em que eles falam sobre si, etc. No final, gostei tanto do resultado, que vou sugerir à produção, deixar assim, uma entrevista com o casal na minha casa, quando surgir outra patroa a ser feita. Gostei porque a apresentação deles ficou com um tom de "wesley recebe, ouve e aconselha". Mais detalhes:
Dr. Rey e Heaven Delhaye foram os convidados para o palco da última quarta feira, edição especial da "patroa é um avião". Na foto, a patroa Priscilla entre os apresentadores. |
O quadro "A Patroa é um avião", tem target certo: a dona de casa. Não é segredo para ninguém que, quem define a audiência, ainda é basicamente, esta mulher brasileira, que comanda a família, a casa e ainda quer ter tempo para se cuidar e continuar ou ficar mais atraente. Por isso, a ingenuidade dele, em dar apenas um "tapa no visual" (para homenagear Ana Maria Braga, aqui), sem intervenções cirúrgicas ou procedimentos estéticos delicados, demorados e por muitas vezes, caros. A idéia é mostrar que com pouco, se faz muito e que, a beleza está na atitude, na força de pequenos passos.
Quadro é quadro, não é programa. O tempo de duração é limitado. Portanto, nos surpreendemos com a longevidade da "Patroa" que, em Outubro, completa três anos. Creio que não só eu, como a própria Luciana e a direção da Rede TV! percebem neste segmento do Superpop uma resposta simples ao que o público, ou a grande massa que nos assiste, busca: Emoção. O telespectador de hoje, é diferente do de ontem, que não tinha em sua casa, um computador ligado 24 hs na internet. O de ontem, buscava o ousado, o exótico, na tv. O de hoje, busca a emoção e , por muitas vezes também, o riso rápido. Daí o sucesso repentino e até agora duradouro, dos stand up comedies.
Voltando à emoção, é aí o segredo do sucesso de Luciano Huck e da permanência no ar do próprio Gugu. Uma emoção, pode ser curta, simples, mas tem que tocar quem está em casa. Quando o público vê a patroa entrando no palco, toda bonita, cheia de vontade de agradar o marido e a si mesma, muitas se colocam no seu lugar, lembrando da dureza da vida e do pequeno momento de Cinderela que gostariam de ter. Muitos homens se colocam no lugar do marido e se emocionam ao ver a garra e a coragem da mulher em se sujeitar a ser chamada ( por mim!!!) de brega, cafona, etc, para chegar ao fim da transformação com o sorrisão no rosto, cheia de alegria. Sim, a velha e boa emoção, por mais simples que seja, é que te segura na poltrona.
Já enfrentei casos interessantes, de patroas que não eram procuradas, sexualmente falando, por seus maridos. Patroas que não tinham a admiração dos filhos, que sempre diziam que a mãe do fulaninho é mais bonita. Patroas que, com a maternidade, o sofrimento de uma doença ou privações financeiras, esqueceram que eram também mulheres, vaidosas e apaixonadas. Já enfrentei casos de patroas tão vaidosas que tentavam até falsear um guarda roupa feio, para participarem do programa e, no fim, serem fotografadas por Gina Stocco, tendo seu momento pin up. O que isso me revela? Que a mulher tem em si, uma necessidade de ser notada, sentida, observada. Muitas vezes, até exagerando, mas o sentimento é que vale. Para muitas, acreditem, participar de um quadro assim, é só um pedido de socorro.
Com quase vinte anos de carreira de jornalista e apresentador, escritor (indo para meu terceiro livro), 51 programas internacionais já no currículo, já me perguntei várias vezes " Por que faço isso?" , em relação às patroas. Aí tentei me enganar, me igualando a um ator, que vez por outra, tem que fazer um filme de comédia. Mas, com o tempo, fui percebendo que o tom de comédia existe sim, na patroa, mas é a linha do drama que a faz tão especial e querida pelos telespectadores. Por saber que aquela família jamais vai esquecer daquele momento, de mim ou da Luciana, ja me conforto em saber que alguma coisa boa fizemos na TV brasileira, hoje tão abertamente preocupada em ganhar audiência na apelação, na base do custe o que custar, do venha o que vier. A ingenuidade, simplicidade e a emoção mostram sua força.
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