quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TODAS AS CORES DA INGENUIDADE

Há anos conheço e aprecio, o trabalho da artista plástica Ângela Gomes. Em minha prórpria casa, aqui em São Paulo, tenho uma de suas obras enfeitando o ambiente.  Na última semana, gravando meu programa de tv pela Rede TV! do ES, estive mais uma vez com esta grande personalidade que pode se gabar de ter mais de quatro mil obras com sua assinatura, espalhadas por todo planeta.  Aos detalhes:


Com trinta anos de carreira e vários prêmios mundo afora, sobretudo em Portugal, onde é reverenciada como um dos grandes nomes da pintura Naif do mundo, a capixaba se prepara para mais uma exposição.  Com a curadoria de éo Cimini e Fernanda de Pádua, ela vai levar sua arte para apreciação popular, mais uma vez. A data está próxima:  Vernissage dia 9 e abertura ao público , de 10 à 30 deste mês, na galeria Empório das Artes, no Praia Shopping, na Praia do Canto, em Vitória, ES. 


Na foto acima, reparem só na riqueza de detalhes e no amor à cultura capixaba, ao colocar sobre a mesa dos discípulos e do Mestre Jesus, a moqueca! Levando em consideração que naquela época o peixe era um dos alimentos mais consumidos e ainda por cima, graças ao milagre da multiplicação dos pães, é símbolo de fartura e de vida, por que não colocá-lo à mesa com tempero capixaba? O sabor não é mesmo hum,  divino?  Esta é a diferença do artista. Ele faz a leitura do nosso cotidiano, de nossas crenças e tradições de uma maneira única, que o faz tão especial em todos os tempos.  


Em sua super agradável residência na Praia da Costa, em Vila Velha, ES,  Ângela nos recebeu com todo carinho de uma amiga e excelente dona de casa. Uma mesa maravilhosamente farta de delicias que só de olhar engordam, mas tudo bem, o cafezinho num ambiente assim, repleto de arte e cultura, pode até render um quilinho a mais aos visitantes, pois momentos raros como esse não vivenciamos todos os dias, certo? 



Nossa artista buscou sua inspiração de maneira intuitiva. Aos nove anos de idade ja tinha pintado seu primeiro quadro que, aliás, conseguiu reaver e nos mostrar com todo carinho.  Entre suas fontes de inspiração, estão as pintoras Nice e a que considera ser sua madrinha, "mãe na arte", a não menos conhecida e admirada por todo Brasil, Celina Rodrigues. Com esta última, Ângela manteve uma longa amizade até os seus últimos dias.   Casada e feliz , com filhos crescidinhos e bem posicionados na vida, Ângela curte também ensinar aos que começam a usar os pincéis. Sempre que pode, abre seu sítio (como diria Claude Troigros, uma "marrrravilha" de lugar!) nas montanhas capixabas, para finais de semana de workshop ao ar livre, para seus pupilos. 


Palavras de Marien...

O grande jornalista capixaba, uma vez escreveu sobre Ângela e sua arte. Aproveito aqui, para reproduzir este texto que está simplesmente impecável, como tudo que ele se propõe a fazer.



"O que faz Ângela Gomes? Pintura Naif, aquele estilo que é óbvio, ululante, denominado Ingênuo e primitivo. Há mesmo quem ache coisa infantil essa pintura Naïf (em Francês, quer dizer ingênuo). Dona de uma tonelada de perseverança, Ângela tocou sua pintura ingênua pra frente, sem se submeter às provocações de que aquilo não era arte nem tinha gênero.  A cada exposição, a colocou talento à frente dos preconceitos  sem se deixar abater ou embebedar-se de encantamento pelos modismos. 
Como não vi na mídia nacional nada que prove o contrário, ouso informar que Ângela Gomes participa do restrito grupo de bons pintores Naïf que há no País. E o Brasil é um país Naïf. Ângela elegeu, desde o começo de sua carreira, a paisagem , os acontecimentos regionais e a própria gente capixaba como tema de seus quadros.  A exposição no Empório das Artes em Vitória, está aprovada pelo conceito de que a aldeia é o maior pedaço do mundo que possuímos. Na exposição de Ângela Gomes, descobre-se a arte com serena exaltação de suas origens. E a novidade é a ausência de artifícios."


Ângela também tem revisitado sua própria obra, dando uma releitura à momentos de sua trajetória, como por exemplo, as pedras portuguesas, comuns em pavimentação de calçadas no Brasil (inclusive a orla do Rio de Janeiro e Vila Velha). Etas pedras recebiam sua arte e eram usadas vastamente como artigos para se presentear. Hoje, elas saltaram para dentro das telas, como vemos na pintura abaixo:


Estaria nascendo, dos pincéis da própria pintora, um "neo-naif"? Talvez sim, acredita ela. Afinal, tudo na vida precisa e merece uma revisão, um novo olhar, um novo carinho.  Ângela também tem se aventurado na pintura abstrata, o que tem agradado em cheio os que apreciam a arte. Decoradores e arquitetos do cada vez maior mercado de construção civil em Vitória, tem encomendado obras da artista para enfeitar halls de hotéis e novos e elegantes edificações.



Eu, particularmente, gostaria de acrescentar a tudo que se diz sobre Ângela, que ela é um Ser Humano que se preocupa, que cuida, que nutre carinho por seu semelhante. É conhecida, por seus amigos, pela generosidade, simplicidade e entrega total à sua Arte, assim mesmo, com letra maiúscula. 



serviço

Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da artista e até mesmo convida-la para exposições e entrevistas, aí vai:   angelagomesnaif@hotmail.com .  Ela também está no facebook.
                       


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