domingo, 14 de outubro de 2012

THE VOICE BRASIL: ALÍVIO IMEDIATO!

Quando a gente pensa que "tá tudo dominado", que a mediocridade dos programas de auditório (sempre há exceções, não se exasperem!) tomaram conta da televisão, que anda mais perdida do que cego em tiroteio, nesses tempos de viva-a-internet, nos vem à tela "The Voice Brasil".  Alívio imediato para dores de ouvido, cabeça e por incrível que pareça, até de carreiras que andavam assim-assim... Aos detalhes:



O alívio que me refiro vem no sentido de dar um basta a humilhação engraçadinha (?) sofrida por calouros em programas com foco similar, ou seja, descobrir e revelar talentos da música.  Não dá pra ignorar também, o empenho do Raul Gil todos estes anos em militar na área, aliás, área esta que ficou como uma opção secundária de audiência desde os grandes festivais de outrora.  Ponto pra ele.    Então, nos chegam os formatos americanos, com jurados debochando e humilhando participantes. Um horror! Pior, os tais jurados que  sequer tinham -ou têm- conhecimento musical. Ex panicats, ex-namoradas de não-sei-quem, ex ator de sucesso, ex alguma coisa, todos julgando talentos que projetam sua vida em cima do sonho de viver da música. Confesso que, em alguns momentos, eu, na tranquilidade do meu lar, morri de rir de algumas ditas brincadeiras, por parte dos jurados, tamanho o exoticismo do personagem escolhido para ser malhado em público.  Mas, logo cai a fixa: Afinal, qual o propósito?

"The voice Brasil" pode ser até mais um enlatado norte-americano ou europeu, mas desta vez, não importa. E sabe por que não importa? Porque quando a proposta é boa. Dane-se se vem de lá ou de cá, de cima ou de baixo do Equador.   A maneira elegante dos jurados ouvirem de costas, dando assim, ênfase a voz e suas nuances sem deixar que a aparência interfira, já é de começo, justiça sendo feita. Quando as cadeiras se viram, e os jurados "brigam" pela tutela do calouro (que nem é tão calouro assim, afinal, a maioria  é formada de  profissionais da área que ainda não tiveram seu big break na mídia), vemos o inverso sendo feito. Agindo assim, o programa passa para os participantes que alguém muito especial quer cuidar deles e não massacrá-os em busca de defeitos que justifiquem um deboche ao vivo e em cores.  Outra coisa que gosto é a elegância dos jurados em agradecer aqueles que não foram escolhidos. São tratados com o respeito que colegas de profissão merecem. 

Por fim, acho que The Voice Brasil fez bem inclusive para os participantes, que nos brindam com um toque de reality show, a percepção de como são na vida real.  Lulu Santos, inovador e um gênio da composição, agora é visto também como doce, cuidadoso nas escolhas de suas palavras e inteligente como já achávamos que o era.  Daniel, foi alçado ao grupo nobre da MPB, ao ser colocado neste time. Ainda vacilante e levemente inseguro, ele também luta, como os participantes, para se manter ali. Isso a gente percebe nas entrelinhas, na sutileza.  Já Claudinha Leite foi o arrombar de porta. É como se ela dissesse para o Brasil: "Chega de me colocarem na ante-sala do axé, como uma segunda opção à Sangalo. Sou bonita, sou fina e sou legal, querem ver?"   Já o Thiago Leifer entrou num programa que definitivamente não é sua cara. O rapaz é bom demais apresentando esportes e falando sobre esse universo. Não está fazendo feio, mas também não está brilhando. Acho até que a culpa não é dele e sim do programa em si, que é tão bom que dispensa a costurada de qualquer apresentador. Os cantores/jurados e a edição  ja estão fazendo isso.

Bom, hoje acabou a primeira parte do programa. A segunda serão as aulas em si e veremos o conteúdo profissional de cada tutor e seus pupilos. O que vimos até agora, valeu cada minuto.  Ganham os novos talentos, os velhos talentos e nós que adoramos saber que o Brasil tem vozes tão bonitas e pessoas tão educadas ao tratar os que ousam  sonhar! 

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